Tem uma coisa engraçada em algumas culturas como a nossa. Essa noção de que estética é algo… Inferior. “Superficial”. Isso é expresso por frases como “não devemos julgar pelas aparências” (como se nosso inconsciente e instintos tivessem essa escolha), que “o importante é o quê está por dentro” (ignorando que o externo é em grande parte uma expressão do interno), e outros clichês, que se traduzem todos em: ignore o quê seus olhos vêem.
Isso é um grande erro.
Eu sei, o quê estou falando vai contra muito do quê é pregado pela cultura, e entendo que isso às vezes tem boas intenções. Mas basta uma hipérbole para vermos o quão falsa é essa ideia de quê devemos ignorar a informação visual.
Imagine um leão. Vivo e saudável, no seu quarto, com você dentro. Ele está encarando e lambendo os beiços.
Eu não preciso te explicar que isso não é um prospecto legal. Mas por quê? Como você chegou à conclusão de quê o leão é um perigo?
Bem, você conhece a forma de um leão. Você sabe que ele tem esse tamanho assim, e uma juba, e esse focinho, e as quatro patas. Essa informação visual é relacionada a certos instintos e conhecimentos que possuímos. Isso tudo te informa que esse bichano super-desenvolvido é terrivelmente perigoso pra você.
Então sim, o quê vemos é importante. Muito importante. É um dos 5 sentidos externos que usamos para conhecer o mundo e nos guiar através dele. Inclusive, é o sentido do qual a grande maioria da humanidade mais depende.
Imagina se alguém te falasse que sons são algo superficial, e você é idiota por gostar de música. Ou que o paladar é algo inferior e você tá perdendo seu tempo degustando comida boa. Por que então tratar a visão de forma diferente?