Elderly man wearing a chalkstripe peaked lapel jacket and smiling in B&W

Maestria

Há muitos anos atrás, eu escutei um camarada falando sobre a ideia ilusória que nós temos sobre se tornar um “mestre”. Quando começamos a aprender algo, nós inconscientemente assumimos que a jornada tem um fim.

Isso acaba acontecendo com todo cara que decide melhorar a própria imagem também. Você cria a expectativa de que um dia vai ter o guarda-roupa ideal e não vai mais precisar mudar nada. Depois de anos estudando e praticando, você finalmente é o sábio da montanha e entende tudo que tem pra se entender de roupas.

…é claro que isto nunca vai ser verdade. Se você conferir qualquer sujeito bem vestido (como o senhor David Niven), vai ver que de um ano pro outro ele mudou algo aqui ou ali no seu guarda-roupa. Se conversar com ele, vai descobrir que ele enxerga algumas coisas que precisa melhorar (e talvez até tenha vergonha de algumas coisas que vestia recentemente).

Sem falar que seu corpo vai mudar. Seja por comer demais, seja por se exercitar, ou seja pelo que for, você vai ter um corpo diferente daqui alguns anos, e ou suas roupas vão refletir isso, ou você vai ficar mal vestido.

Pra completar, sua vida muda também. Quando você era um adolescente que ia na Galeria do Rock todo fim de semana, era normal que seu guarda-roupa fosse todo preto. Mas agora que você terminou a faculdade e tá buscando clientes pra sua startup, é melhor ter algo além de jeans preto e camiseta do Marduk.

Então é bom termos a humildade do Confúcio:

Aos 15 anos meu coração concentrou-se com rigor nos estudos, aos 30 anos pude manter-me em pé, aos 40 abandonaram-me as dúvidas, aos 50 anos conheci o Decreto dos Céu. Aos 60 anos, meus ouvidos abriram-se docemente para a Verdade, aos 70 anos pude seguir os desejos do meu coração sem transgredir nunca com a regra.

Confúcio, Analectos de Confúcio

A jornada nunca acaba.