Author: vinicius.b.gennari

  • Além do jeans

    Além do jeans

    Uma coisa inusitada da nossa cultura é o quanto o jeans é aceito em quase qualquer contexto. Em poucos lugares do mundo esta calça (e jeans é a calça, o tecido é denim), é tão aceita para usar no escritório ou em qualquer outra situação, como aqui no Brasil. Por um lado, isto parece bom, afinal, dá ao homem brasileiro uma certa liberdade. Porém, o quê acontece é que grande parte não enxerga opções além do jeans. Esta aparente liberdade acaba deixando todo mundo conformado e igual, ironicamente.

    Se você conferir o guarda-roupas do homem brasileiro comum, raramente vai encontrar uma calça que não seja de denim. Às vezes ele vai ter algumas de sarja em outras cores além do indigo, e se ele trabalhar em alguma profissão mais formal, pode ter algo de alfaiataria. O quê é uma pena, pois uma das maneiras mais simples de tornar seu vestir mais interessante é através das calças.

    Com calças que não são jeans, você pode experimentar um várias opções diferentes: padronagens interessantes, diversas cores, outras modelagens, e detalhes como barra italiana, pregas, ajustadores laterais, botões para suspensórios, bolsos na costura lateral, cós transpassado… São todas escolhas interessantes que aparecem quando você decide usar algo além do jeans.

    Então que tal comprar algo diferente na próxima calça? E se você já tem algo além do jeans, que tal usar mais?

  • Compre devagar

    Compre devagar

    Um erro comum de quase todo homem que começa a investir tempo, esforço e dinheiro na sua imagem, é mudar muito logo de início. Descobrindo que seu guarda-roupas não está bom, o sujeito resolve trocar tudo, e agora que ele sabe que suas roupas devem ser de qualidade, ele resolve que só vai comprar do melhor que conseguir.

    O problema é que se vestir é uma perícia como qualquer outra. Leva tempo para desenvolver, é necessário praticar constantemente durante um longo período de tempo para ficar bom. Então este homem que quer renovar sua imagem, acaba comprando um monte de roupas que, daqui poucos meses, depois de ter aprendido mais, descobre que não são tão adequadas às suas necessidades, ou mesmo que são simplesmente ruins.

    Portanto, meu conselho a todo cliente e amigo que quer melhorar sua imagem é o seguinte: compre devagar. Continue aprendendo e continue desenvolvendo seu olhar e seu gosto, mas compre de pouco em pouco, e inicialmente não compre peças tão caras. E, enquanto não sou o maior fã de promoções e liquidações; geralmente esse tipo de coisa só leva à compra de coisas desnecessárias; quando você está no começo da sua jornada, estas podem ser boas ideias. Você vai cometer erros mesmo, então pode pelo menos pagar mais barato por eles, né?

  • Fibras, tecidos, e confusão de nomenclatura

    Fibras, tecidos, e confusão de nomenclatura

    Esclarecendo algumas coisas aqui que confundem muita gente, e sem dúvida me confundiram quando comecei a estudar o assunto.

    Algodão, seda, lã, linho, poliéster, acrílico, e outros, não são tecidos. Estes são fibras. Estes são os materiais dos quais são feitos os tecidos. Pense como se fossem peças de Lego: elas podem ser de um tipo que denominamos como “lã”, que possui determinadas características, mas uma peça é só uma peça. Quando você junta várias fibras você tem um fio, que entrelaçado a vários outros forma um tecido.

    Como exemplos de tecido temos como sarja, tafetá, cetim e organza. São as formas que os fios são entrelaçados. Você pode encontrar, por exemplo, um cetim de algodão, um cetim de seda, e um cetim de poliéster, cada um deles tão cetim quanto o outro, mas com características diferentes por conta da fibra usada, com o de seda sendo obviamente a opção superior aqui para a maior parte dos usos, e o de algodão tendo características marcadamente diferentes dos outros dois quanto ao seu caimento e brilho.

    Portanto, esteja sempre atento na hora de comprar roupas, ou tecidos para fabricá-las. Certifique-se de saber qual é a composição da peça, não o nome fantasia que o fabricante inventou para o tecido, e nem o quê os vendedores usam para este.

  • Guarda-roupas cápsula

    Guarda-roupas cápsula

    O conceito de guarda-roupas cápsula é algo simples e extremamente útil. Em termos práticos, é montar um guarda-roupas pequeno que pode atender todas as suas necessidades, geralmente através de roupas mais versáteis e que combinam umas com as outras. Existem inúmeras variantes de como montar um destes, assim como quantas peças podem constituí-lo, mas a maneira que considero mais prática é pensar numa viagem.

    Imagine que vai passar 3 meses fora em algum país distante. Isso é o equivalente a uma estação do ano, então você se programa pro clima desta. Você só pode levar roupas+ que caibam em 1 mala de viagens e o quê estiver vestindo. Não há a opção de comprar roupas chegando lá, exceto talvez meias e cuecas, mas você poderá (e deverá) lavar suas roupas para usá-las múltiplas vezes.

    Esse pensamento trás algumas implicações. Primeiro de tudo: suas roupas precisam ser boas. Se você só vai usar as mesmas durante meses, é melhor que sejam feitas de fibras e tecidos confortáveis, e que você não tenha medo da roupa estragar com facilidade. Segundo: você não pode se dar ao luxo de levar roupas que não vai usar, ou que usará apenas uma vez. Cada peça deve contar. Terceiro: peças intercambiáveis entre si são muito melhores. 1 calça que combina com 5 camisas diferentes é muito melhor que 1 calça que só funciona com determinada camisa e casaco.

    E se isso é algo útil para uma viagem, por que não aplicar no seu dia-a-dia? Por que não ter um guarda-roupas cápsula como o seu guarda-roupas comum? Algo a se pensar…

  • Vestir-se é uma forma de comunicação

    Vestir-se é uma forma de comunicação

    A maior parte da comunicação humana é não verbal. Isto inclui desde entonação de voz, linguagem corporal, até vestimenta. São outros idiomas, e aqui vamos focar neste último: o idioma do vestuário.

    Como homens, a maioria de nós não foi ensinado a conversar neste idioma, e por consequência, muitos pensam que “não tem estilo” ou decidem que “não se importam com aparência/roupas/moda”.

    Ao primeiro grupo, eu digo: você tem estilo sim. Você pode não ter tomado (ainda) controle sobre este, e se ele trabalha à seu favor, é uma boa pergunta, mas você tem um estilo. Mas se quer confirmar, pergunte às pessoas que conhece como elas te imaginam vestido geralmente. Você vai descobrir que a maioria das pessoas, dentro de um mesmo contexto, compartilham uma imagem de você.

    Ao segundo grupo, que dizem não se importar, apenas faça o seguinte: se vista da maneira mais vergonhosa que consegue imaginar e saia na rua. Vá sozinho para algum lugar bem movimentado, sem fones de ouvido ou distrações. O simples fato de quê você possui uma ideia de maneira vergonhosa de se vestir é prova de que se importa sim com sua aparência.

    Agora que entendemos que sua imagem é algo importante, quero reassegurar que vocês não estão perdidos. Ninguém é fundamentalmente incapaz de aprender e se vestir de maneira que facilite sua vida. Como dito no título, se vestir é uma forma de comunicação; é um idioma não verbal. Da mesma maneira que você aprendeu Português, e talvez outras línguas, pode também aprender este idioma. Você vai até descobrir que já sabe uma boa parte das palavras, só precisa treinar em como usá-las em frases, e depois como fazer “parágrafos” mais longos e eventualmente “textos” elegantes.