Category: Autoimagem

  • Roupas como terapia

    Roupas como terapia

    Em uma discussão recentemente num fórum online, um camarada compartilhou algo muito interessante. Ele contava como se vestir melhor serviu como terapia pra ele…

    “Eu comecei a vestir roupas mais legais porque minha saúde mental tava precária. Deduzi que seria uma boa vestir roupas melhores pra me respeitar um pouco mais (similar ao princípio de falar com você mesmo como você fala com os outros).”

    “Enfim, comecei a vestir chinos e uma gravata e uma jaqueta de alfaiataria. Ajudou bastante. Assim como tem uma espiral negativa tem o inverso também. As pessoas me elogiavam, eu me senti melhor, e quanto melhor me senti mais confiante me tornei.”

    “Agora, eu me visto como quero pra me destacar, ser um exemplo de como entender roupas não é só uma questão de expressão, mas respeito por quem você é e onde se encontra.”

    O mais legal foi que, depois que esse camarada contou a história dele, outros falaram que tiveram uma experiência similar.

    E depois tem gente que fala que isso é futilidade

  • Suas roupas contam uma história

    Suas roupas contam uma história

    Anos atrás, quando eu ainda estava na faculdade de moda, eu decidi pegar todos os filmes que ganharam o Oscar de melhor figurino. Alguns destes são bem legais, outros… Bem, tem um figurino legal pelo menos. Mas uma coisa interessante começou a ficar clara pra mim, filme atrás de filme: a abordagem dos figurinistas.

    Eles sempre tem que ter em mente que um filme é uma história sendo contada, e cada personagem dentre, além de ajudar no conto, tem sua própria história. E como muita gente do cinema fala, você tem que fazer cada cena valer, sem desperdícios, e cada coisa que aparece na tela também. Inclusive as roupas que os personagens vestem.

    Pense no último filme que assistiu e na aparência do protagonista e você vai perceber que isso comunica muito dele. Sua personalidade, talvez sua origem, e sua história pessoal.

    E como dizem, cada um é o protagonista da própria história. Como é o seu figurino? Que história você está contando?

  • Se vestindo pro emprego

    Se vestindo pro emprego

    Tem uma história muito legal no livro I Am Dandy, que estava relendo outro dia. O autor Nathaniel Adams reconta de quando ele estava na faculdade de jornalismo, e um belo dia, ele e os colegas foram escutar uma palestra do lendário repórter e escritor Gay Talese.

    Como era de se esperar, a maioria da turma esta vestida como a maioria das pessoas se vestem numa faculdade americana hoje em dia: variantes de jeans e camiseta, ou calça de corrida e camiseta, ou chinos e uma camisa casual, etc.. Exceto pelo autor, que usava um costume e gravata. Durante a palestra, o Sr. Talese disse:

    “Vocês tem que se vestir pro emprego, não se vestir como se precisassem de um emprego.”

    Nisso ele apontou pro autor e completou:

    Ele entende!

    Anos mais tarde, Nathaniel Adams saiu entrevistando homens elegantes pro seu livro, e na lista estava Gay Talese, que ele não via mais desde aquela palestra.

    Durante a entrevista, o autor relembrou desta história, e comentou que tinha sido uma grande influência para o rumo que ele seguiu eventualmente.

    Eis que ele descobriu, pra sua surpresa, o Sr. Talese nunca tinha esquecido daquele dia também.

    Executando mudança

    Síndrome do impostor de lado, a realidade é que adotar uma imagem diferente é uma maneira de fazer mudanças acontecerem na nossa vida. Tem até a cena clichê de filmes e séries em que um personagem decide mudar radicalmente e pra simbolizar isso vai e corta o cabelo (geralmente é uma mulher com cabelo comprido, que torna a coisa mais impactante). E essa cena é tão comum por uma boa razão:

    O nosso inconsciente vai ter que se ajustar à nova autoimagem e desta forma mudar também. Como falei no artigo sobre cognição indumentária, você pode melhorar sua performance só trocando de roupas. Mas aquele estudo falava sobre o efeito imediato e agora: pense a longo prazo.

    E todos nós buscamos melhora nos diferentes aspectos de nossas vidas, um dos principais sendo o profissional. Então por quê não se vestir um pouco melhor? Você tem muito mais a perder se fizer o contrário.

    Ou, como diz o ditado:

    Vista-se para o emprego que quer, não para o que você tem.

  • Ridículo ocasional

    Ridículo ocasional

    Isso tem muito a ver com o quê já falei antes sobre cometer erros. Outro dia eu estava explicando pruma amiga sobre o porquê a moda é muitas vezes ridícula. Ela comentou de algum apresentador desses programas de TV, como Project Runway ou Esquadrão da Moda ou similar, e como ela achava o gosto do sujeito bem questionável. E ela tinha razão de apontar uns (vários) defeitos no que o cara vestia.

    Mas falei pra ela que, assim como num desfile de moda, onde você vê umas coisas bem ridículas, o cara precisa exagerar pra chegar em algo legal¹. Você não pode ficar com medo de passar ridículo quando está tendo ideias, ou nunca vai ter ideias legais. O processo criativo é muita tentativa e erro, e quanto mais você errar, mais também vai acertar.

    ¹ Mas sendo sincero, tem acontecido muito de uns tempos pra cá do pessoal da moda esquecer da segunda parte do processo criativo, que é a parte crítica. Isso é em grande parte por conta do quê aconteceu com as publicações de moda e a crítica especializada, mas esse é todo outro assunto.

    As ideias boas e as ideias ruins vem do mesmo lugar, então se você não passar um ridículo ocasional ao longo da sua jornada, jamais vai ser um cara com uma imagem realmente legal. Eu posso falar por mim que já tomei decisões questionáveis na hora de me vestir — antes, durante e depois da faculdade de moda e de começar a trabalhar como consultor.

    E nessas horas eu lembro do Michael Jordan.

    Eu errei mais de 9000 cestas na minha carreira. Eu perdi quase 300 jogos. Vinte e seis vezes eu fui responsável pela cesta que ia vencer o jogo e eu errei. Eu falhei de novo e de novo e de novo na minha vida.

    E é por isso que eu venci.

  • Tenha um “visual”

    Tenha um “visual”

    Estava recentemente consultando um sujeito que trabalha como produtor musical e DJ. Só de eu falar isso você provavelmente conjurou uma imagem na sua cabeça, de algum cara que se veste de forma mais extravagante provavelmente.

    Bem, não era esse cara.

    O camarada em questão se vestia ou de jeans e camiseta básica, ou de shorts e camiseta básica. Em outras palavras: igual a todo mundo.

    Como já disse antes, se você não se destaca (ao menos um pouco), não vai ter muito (ou qualquer) valor. Isso vale em dobro pra alguém que trabalha em alguma área considerada criativa. É esperado que você ouse um pouco mais, e se não fizer isso, provavelmente seus clientes e colegas não vão confiar em você.

    O quê me leva ao ponto de hoje: é importante você ter um “visual”. Um estilo, um look, etc. Podemos passar muito tempo discutindo sobre qual visual é melhor e mais vantajoso (é uma discussão bem divertida), mas no fim do dia, o essencial é que você tenha uma imagem reconhecível como sua.

    Isso não significa investir rios de dinheiro em roupas. Às vezes é algo simples, como dar preferência a algumas cores, padronagens, ou usar certos acessórios ou peças. Mas faça um favor pra si: tenha um visual, e torne ele seu.