Síndrome do impostor

Há uns meses atrás, eu escutei uma entrevista com o músico e cineasta Rob Zombie. Durante a entrevista, ele falou que sofre do que chamam de “síndrome do impostor”.
Este fenômeno é aquela sensação de que você não é tão bom quanto os outros dizem que você é. No exemplo dele, apesar de ser um músico famoso e bem sucedido, ele sempre tem um certo medo de um dia as pessoas descobrirem que ele não é tão bom assim.
E isto acontece com todo mundo, com algumas pessoas sendo mais afetadas e por mais tempo, enquanto outras superam mais rápido.

E o quê isto tem a ver com a sua imagem? Muita coisa, na verdade. Façamos um experimento mental. Pense na última vez que cortou o cabelo (mesmo que não tenha mais, provavelmente vai lembrar da experiência, ou pode substituir pela barba se tiver uma).

Você enrolou “um pouco” pra ir no barbeiro. Tinha um milhão de coisas pra fazer antes e isso não era tão importante de qualquer maneira. Bem, não era até seu cabelo começar a incomodar demais. Então você finalmente foi dar um trato — e pediu pra deixar bem curto (pra não ter que voltar tão cedo). Surpreendentemente, quando terminou, ficou até feliz com o resultado…

Até a manhã seguinte. Quando se viu no espelho. E não se reconheceu.

Essa sensação ruim, na verdade, é o seu cérebro tentando reconciliar a sua autoimagem com o quê está vendo, e tendo dificuldade nisso. É muito diferente do que lembrava!
Mas, com o passar dos dias, você vai lentamente se acostumando. Depois de uma semana provavelmente, já está normal de novo. Você se enxerga do jeito que vê no espelho.

…até o próximo corte, é claro.

Então, como vimos, isto é comum a todo mundo, e está ligado à sua autoimagem. Quando você muda suas roupas e como se apresenta, você pode ficar com certo medo de descobrirem que você está “fingindo” ser um cara bem vestido. Pode não se reconhecer inicialmente.
Mas, assim como com o corte de cabelo, a cada dia fica um pouco mais normal. Até que chega um dia em que, você se vestir como antigamente se torna algo estranho (e assim como no corte de cabelo, só se dura até você decidir ousar um pouco mais).

Então não tenha medo de mudar (fácil dizer, eu sei, eu sei…). Só sempre mantenha a perspectiva que, no começo é estranho e desconfortável, mas depois tudo melhora. Ou, como eu costumo dizer: Tudo dá certo no fim. Se não deu certo ainda, é porque ainda não acabou.