Este conceito japonês de artes marciais é uma maneira ótima de enxergar as regras/guias da indumentária masculina. Consiste em três etapas pelas quais passamos em qualquer coisa que estamos aprendendo.
Shu (守): Obedecer
Se refere a maneira que, no começo de qualquer prática, precisamos de formas, regras, guias, etc. Isso te dá estrutura e evita que cometa erros comuns; você está aprendendo os fundamentos. No começo, todos somos absolutamente perdidos, afinal.
Ha (破): Desapegar.
Quando conhecemos mais, podemos começar a improvisar um pouco. Superamos (ao menos em parte) nossa síndrome do impostor. Você não está mais se fantasiando, você realmente se veste desta forma. Sua imagem tem mais naturalidade, e você tem menos medo de arriscar, está gradualmente se desapegando das regras (mas ainda lembra delas pra não cometer gafes).
Ri (離): Abandonar.
Quando você tem plena confiança e é dono e sua imagem, você não pensa mais nas regras: elas já estão tão internalizadas que não precisa. E você entende inconscientemente a razão destas, de forma que pode quebrá-las com segurança e ainda assim causar uma ótima impressão. Você atingiu um nível de maestria (dentre muitos).
E é fácil de ver isso em prática: a maior parte dos homens considerados bem vestidos, estilosos, e outros adjetivos que se referem a sujeitos com boa imagem, quebram algumas regras aqui e ali — mas eles sabem como fazê-lo. Eles não ficam constantemente pensando no quê é “certo ou errado”, eles sabem intuitivamente.
Um dos exemplos triunfantes disso era “Gianni” Agnelli, o ex-líder da Fiat e considerado um dos homens mais bem vestidos dos tempos modernos. “O advogado”, como era conhecido, costumava quebrar regras constantemente, mas fazia com tamanha naturalidade e maestria que, não só ninguém criticava, mas muitos o imitavam depois.
É como dizia um cara aí…
Conheça as regras como um profissional, para que possa quebrá-las como um artista.
~ Pablo Picasso