Author: vinicius.b.gennari

  • Mudança de hábito

    Mudança de hábito

    Não resisti o trocadilho na foto. Mas pelo menos não usei o filme da Whoopi Goldberg, né? Okay, vamos ao assunto de hoje…

    Tudo que fazemos no dia-a-dia são hábitos. Você escovar os dentes depois de comer é um hábito. Você tomar banho é um hábito. Você se vestir da maneira que se veste é um hábito. E uma dificuldade encontrada frequentemente por quem está mudando de imagem, é a tentação de recorrer às roupas e à imagem antiga — a tentação de reverter a velhos hábitos.

    Você bem que podia usar aquele par de botas novas
    …mas já tá acostumado com o tênis de corrida, então vai ele mesmo.
    Dá pra vestir aquela camisa que mandou ajustar pra te servir perfeitamente
    …mas a camiseta de banda tá na frente e você foi pra festa como sempre ia.
    Tem aquela calça legal de sarja vermelha que comprou e quer estrear…
    …mas jeans é jeans, né?

    Como quem já leu O Poder do Hábito sabe, seus hábitos são como uma trilha numa estrada de terra, que vai ficando mais marcada cada vez que você passa por ela. Depois de um tempo, fica difícil de não seguir por este caminho — ele é tão mais fácil e conveniente que a mata fechada. É uma das razões pelas quais é difícil se livrar de vícios: você não tem como desfazer a trilha, só o tempo pode cuidar disto. Mas…

    Você tem como estabelecer um novo hábito. Começar uma trilha nova e deixá-la mais atraente — ou ao menos atraente o bastante ao ponto em que você não precisa usar tanta força de vontade pra seguir nela. A dúvida é: como?

    Não é o assunto primário do blog ensinar como estabelecer hábitos novos, mas posso dar um resumo simples aplicado a roupas. Então aqui vão 3 passos simples (e 1 bônus) para estabelecer um novo hábito de vestir:

    1. Torne o hábito antigo difícil de executar. A forma mais simples é colocando suas roupas antigas bem no fundo do armário e fora de acesso.
    2. Torne o novo hábito algo óbvio e fácil. É o contrário do passo anterior: você coloca as roupas novas sempre mais na frente e acessíveis. Deixar tudo preparado no dia anterior é melhor ainda, assim quando você estiver na correria da manhã, é fácil pegar e vestir as roupas novas.
    3. Faça questão de usar roupas que gosta. Se você reformulou seu guarda-roupa, use suas novas peças favoritas de início. Estabelecer hábitos é um processo emocional, então quanto melhor você se sentir, mais fácil fica.
    4. (Bônus) Comemore assim que executar o hábito novo. Soa engraçado, mas funciona! Escute alguma música de vitória (trilha sonora do Rocky sempre funciona), ou ligue o hábito a algo prazeroso da sua rotina, como tomar seu café, ou algo assim. Mas lembre-se de fazer isto logo em seguida do hábito. Assim seu cérebro vai associar a sensação boa ao novo hábito.

    Mudar a imagem é um processo, mas sempre podemos deixá-lo mais fácil, né? Afinal, você tem mais coisas pra se preocupar.

  • “Um passo por vez…”

    “Um passo por vez…”

    “…Um soco por vez. Um round por vez.”

    Eu gostei dos filmes da série Creed. Eu sei, não são legais quanto Rocky (mas também, pouca coisa é). Mas eles tem uma grande vantagem: o Stallone velho.

    Depois de se tornar um senhor de idade, o cara virou um dispenser de sabedoria. Por exemplo: todo mundo já viu aquele trecho do Rocky Balboa, no qual ele tá falando umas verdades da vida pro filho. E se você conhece a história da carreira¹ do cara, faz sentido ele ser assim hoje.
    ¹se não conhece, recomendo que dê uma conferida na dificuldade que foi pra fazer o 1º Rocky

    Enfim, no 1º Creed, tem essa parte que eu gosto, onde ele está treinando o protagonista. Como é tradição, rola aquela montagem de cenas com música legal no fundo, um pouco de diálogo por cima, e aquela coisa toda motivadora. E nesse trecho, ele fala isso:

    “Um passo por vez.
    Um soco por vez.
    Um round por vez.”

    É algo simples, mas sábio em sua simplicidade. E às vezes esquecemos dessa lição: de que você tem que focar no passo a passo, em cada parte do processo, pra ter resultados.

    Ninguém ganha um jogo pensando na vitória, focando no placar. Você ganha o jogo pensando em marcar cada ponto, pensando em cada jogada. Você ganha se mantendo no processo, cuidando deste, e confiando que o resultado cuidará de si mesmo. O mesmo se aplica à sua imagem.

    Isso é especialmente verdadeiro na imagem masculina, que é em grande parte à respeito de detalhes. Claro, é importante ter uma visão, uma meta a atingir. Mas depois que você estabeleceu o quê quer, foque no processo. Baixe a cabeça e trabalhe, diligentemente, com confiança que o resultado cuidará de si, se você cuidar dos passos até lá.

    Pense em como é sua imagem ideal e vá, um passo por vez, construindo isto. Compre uma peça por vez. Mande ajustar. Aprenda qual cor fica boa em você. Descubra algumas que não ficam. Conheça a modelagem desta loja, e daquela outra. E de pouco em pouco você segue, até que um dia… Percebe que chegou lá.

    É claro, aí é hora de estabelecer uma nova meta

  • Quem te compra?

    Quem te compra?

    Muita gente hoje em dia fala de branding pessoal, ou marketing pessoal. Falam tanto disso que estes se tornaram chavões pros quais é fácil torcer o nariz (veja também: sinergia, proatividade, e o meu “favorito”, valor agregado). Um monte de gente usa palavras como estas pra parecer importante, ou entendido do assunto, e aí muitos de nós acabam pegando asco dos termos.

    Porém…

    Essas expressões — marketing ou branding pessoal — apontam pra uma maneira interessante de enxergar sua imagem: como uma forma de marketing. E minha definição favorita de marketing é a do livro The 1-Page Marketing Plan:

    Marketing é a estratégia que você usa para fazer seu mercado alvo ideal te conhecer, gostar de você e confiar em você o bastante para ser um cliente.

    Allan Dib

    Todo dia, quando você lida com os outros, você está se vendendo. Você está convencendo (ou ao menos tentando) as pessoas a sua volta a trocar com você o bem mais precioso delas: tempo de vida. Uma vez gasto, este nunca mais volta. Todo o resto dá pra conseguir mais, mas este segundo que acabou de passar… Ele se foi pra sempre.

    Então, enxergando desta forma, o quê podemos aprender de marketing para melhorar nossa imagem? Uma das lições essenciais de marketing é que: o importante é o quê o cliente gosta e quer ou precisa, não o quê você gosta e quer ou precisa.

    Num exemplo prático, me diga quem tem mais chances de atrair alguém romanticamente:

    1. Um sujeito que na hora de se vestir escolhe o quê ele acha atraente.
    2. Um sujeito que na hora de se vestir escolhe o quê outros acham atraente.

    A resposta é obviamente a opção 2.

    É claro, isto não significa ignorar seu próprio gosto. O melhor marketeiro do mundo não consegue vender um produto ou serviço no qual não acredita. Você tem que vender pra si primeiro pra depois vender pros outros. Mas não podemos esquecer que quem vai mais nos ver são estas outras pessoas, então isso tem um peso grande.

    E instintivamente, sabemos disto. Todo mundo já se arrumou pruma entrevista de emprego em algum momento, e quando você fez isto, estava buscando impressionar quem podia te contratar.
    Assim como todo mundo já se arrumou pra sair de noite pro bar/balada/festa, pensando em impressionar prospectos românticos/sexuais. Etc.

    Então pense: Quem são os clientes que você quer atrair? O quê eles querem comprar? Como eles se comunicam? Seu produto condiz com isto?

    Isso é marketing inteligente: é empatia prática. Provendo do quê o cliente quer, você consegue o quê você quer em troca. E assim, todo mundo sai ganhando.

  • Mudanças

    Mudanças

    Vamos fazer um exercício mental: Pense em momentos cruciais da sua vida. Períodos de mudança, de crescimento, até de grandes decepções. O quê consegue achar em comum durante, ou logo após, estes?
    Pense também em filmes, séries, quadrinhos ou livros, etc. Quando um personagem passa por uma grande mudança, atinge um novo patamar, passa por uma grande tragédia, etc, o quê acontece?

    Se respondeu algo como “o visual fica diferente”, você entendeu a ideia de hoje.

    Nossa imagem é uma forma de comunicação, e entre outras coisas que comunicamos, uma mudança pessoal é uma das mais importantes. Na minha experiência, homens tendem a fazer grandes mudanças em certas situações especiais, que podem ser divididas em quatro aspectos principais:

    • Profissional/financeiro: nova carreira, um novo cargo no trabalho (ou a busca por um, após um período de estagnação) a transição para um novo local de trabalho, etc.
    • Afetivo/sexual: namoro novo, ou término de um relacionamento, noivado/casamento, frustração com a vida amorosa e esforços para melhorar esta, etc.
    • Social: mudança para uma nova cidade, conversão a uma religião nova, adoção de um novo hobby, busca por novos círculos sociais mais positivos, etc.
    • Satisfação pessoal: a necessidade de mudar por sentir que sua vida “estacionou”, a busca por melhora pessoal, melhora de autoestima, um esforço de resolver frustrações com sua condição de vida atual (no fundo, este é o ponto ao qual os outros aspectos levam).

    E você pode estar se perguntando “Tá, e daí? Em quê que saber disso me serve?”. Bem, caro leitor, isto te serve da seguinte forma:
    Da mesma maneira que uma mudança na sua vida pode acarretar uma na sua imagem, o oposto também ocorre. É similar àquela ideia de que estar feliz leva a sorrir, mas sorrir leva a estar feliz (doido, eu sei, mas tem ciência por trás disso).

    Então, mudanças físicas, como vestir roupas diferentes, podem levar a comportamentos e emoções diferentes. Sabendo disto, você pode intencionalmente mudar sua imagem para atingir suas metas. Isso é bem expresso pela antiga frase “Se vista para o emprego que quer ter, não para o quê tem”. Então comece a se vestir para a vida que quer atingir.

    E este é o ponto todo, afinal: atingir suas metas, viver sua vida bem. As roupas são só um meio pra chegar nisto.

  • Pareto e sua imagem

    Pareto e sua imagem

    Uma coisa surpreendente a muitos quando conferindo o guarda-roupa de gente que consideram bem vestida — ou que tem estilo, ou etc — é notar que estes muitas vezes não tem tanta roupa. As pessoas tendem a pensar que, pra ser bem vestido, você precisa de um monte de roupas. “Mais = melhor”, né?

    A realidade é na verdade um belo exemplo do princípio de Pareto: 80% dos efeitos vem de 20% das causas (e o resto é o inverso). As pessoas cuja aparência admiramos, invariavelmente, são aquelas que acertam em algumas coisinhas muito importantes (os 20% que resultam em 80%), e não perdem muito tempo com coisas de baixa importância (os outros 80% que resultam em apenas 20%). E isto é um bom modelo para pensar no seu guarda-roupa e na sua imagem.

    Uma boa jaqueta de alfaiataria, por exemplo, vai servir em 80% das ocasiões e vai ter um impacto enorme na sua imagem. Nas palavras da minha professora de consultoria: um blazer é um upgrade instantâneo no visual de qualquer homem. Então, ao invés de investir num monte de roupas, se preocupar em acertar duas ou três jaquetas vai te dar muito mais resultado. Menos é mais, no caso.

    E é importante notar que isto pode funcionar de forma negativa. Um par de sapatos de bico quadrado é algo menor no conjunto da sua aparência (20%), mas vai ter um impacto extremamente negativo no todo (-80%). É o equivalente de ter um pedaço de alface nos dentes: a coisinha minúscula grita “olha pra mim!” e acaba com a sua imagem. Meias brancas são outro ótimo exemplo de Pareto negativo (exceto no caso de você usar um costume branco, como um certo southern gentleman).

    E não precisa se ater a quais são as peças do guarda-roupa pra este pensamento: pense nas características delas também. Por exemplo, sua roupa pode ser cara (não que isto sempre seja tão importante), de boa confecção, tecido decente, e numa cor que fica bem em você, mas… Nada disso importa se ela estiver 2 números maiores que seu corpo.

    É claro, o quê constitui os seus 20%/80% (ou 4%/64% — Pareto ao quadrado) vai variar um pouco de pessoa pra pessoa. Alguns exemplos:

    • Se você transpira muito, roupas que respiram bem vão ter um impacto muito maior do quê usar as cores ideais — difícil parecer elegante com a camisa manchada de suor (talvez uma sub-camisa seja a solução também).
    • Já você que tem proporções muito incomuns (meu caso), provavelmente acertar o tamanho e ajuste das roupas vai ter um impacto gigantesco e deve ser prioritário.
    • Pra você que trabalha em um ambiente formal, ter alguns bons costumes e o resto que os acompanha tem uma importância maior que ter roupas legais pra sair no fim de semana.
    • Contrariamente, você que trabalha em uma área criativa, onde é vantajoso ser bem expressivo com as roupas, algumas poucas peças inusitadas que servem de marca-registrada serão uma ótima pedida.

    Então se pergunte: o quê causa um impacto desproporcional na minha imagem? Quais são as roupas que constituem seu 20% — aquelas que, se você acertar, resolvem sua imagem quase por inteiro? Quais são as poucas roupas você usa a maior parte do tempo? Quais são as características das suas roupas que mais importam nos contextos da sua vida?

    Responda estas perguntas, e foque no mais importante.