Author: vinicius.b.gennari

  • Ferramenta certa para o trabalho

    Ferramenta certa para o trabalho

    Comentei aqui recentemente sobre pensar nas roupas como ferramentas. Quando você compra, está investindo na sua performance (social, profissional, afetiva).

    Um detalhe importante a pensar, porém, é na adequação delas. Como dizem: a ferramenta certa pra cada trabalho. Ou, o clichê “se vestir bem é se vestir para a ocasião”. E a sua vida, quem você é, definem as ocasiões com as quais vai se deparar. E é importante falar isto, porque muita gente tem a ideia equivocada de que se vestir bem é usar terno e gravata.

    Sem dúvida, roupas de alfaiataria são as ferramentas mais eficientes pra maior parte da vida urbana. Então este post não é uma desculpa pra continuar usando shorts e camiseta de time (deixe pra quando estiver jogando bola), ou só usar jeans e camiseta (e ser um clone, igual 90% da população).

    Mas é essencial notar que as situações comuns da sua vida são o fator principal na hora de construir — e manter — seu guarda-roupa, até mais do quê seu gosto pessoal.

    Por exemplo: Alguém que se encontra frequentemente em frente a um juiz (espero que não no banco do réu) provavelmente vai se beneficiar em ter uma variedade de costumes, camisas e gravatas. Mas se esse camarada sempre viaja à praia, esta é outra situação pra qual ele deve estar bem preparado.

    Já um outro sujeito que desempenha um trabalho braçal provavelmente vai se beneficiar de jeans e jaquetas mais resistentes, e uma série de camisas ou camisetas. Mas se no fim de semana frequenta a igreja, é bom ter umas roupas de alfaiataria decentes pra esta ocasião corriqueira.

    Então se pergunte: Onde passo meu tempo? Quais são os ambientes e situações comuns na minha vida? E qual é a melhor maneira de se vestir em cada uma destas?

  • Metamorfose

    Metamorfose

    Digamos que você tem uma habilidade mágica. Você é uma criatura mítica sem forma definida, que toda manhã pode escolher a própria aparência. Você só pode fazer isto uma vez por dia, porém. Neste caso, você acha que no dia a dia escolheria:

    • a) Parecer pros outros imponente, competente e atraente (e pra si também), ou;
    • b) Parecer insignificante, inepto e repelente?

    A não ser que queira fazer alguma espionagem e passar despercebido, você provavelmente vai sempre escolher a alternativa “a”. Ela é claramente melhor.

    Bem, acho que é óbvio onde estou chegando com a história, mas só pra ficar claro: você já tem esta habilidade. Num nível um pouco menos poderoso talvez (mas mais do quê muitas vezes pensamos), mas tem sim. Essa habilidade mágica é se vestir.

    Então, por que não escolher uma forma favorável todo dia?

  • Sapatos: a fundação do visual

    Sapatos: a fundação do visual

    Você pode errar um pouco na escolha de cores. Você pode usar uma camisa que não está na medida ideal. Você pode combinar peças de maneira um pouco questionável. Você pode até usar algo que precisa lavar. Pequenos erros como estes são perdoáveis, e não vão, por si só, destruir seu visual.

    O mesmo não pode ser dito de uma escolha ruim de sapatos.

    “Quer saber se um cara está bem vestido? Olhe pra baixo.”

    George Frazier

    Conhece a expressão “tiro no pé”, né? Pois bem, no mundo da indumentária masculina isso é quase literal. O quê você veste nos pés é a palavra final de quão bem vestido está. Razão pela qual você sempre pode usar sapatos um pouco mais formais do quê o resto do seu traje, mas o contrário é considerado uma gafe.

    As razões disto, sendo sincero, não sei bem. Instinto humano, talvez? Porque me lembra algo curioso que aprendi, estudando linguagem corporal: nossos pés são a parte mais sincera do nosso corpo.

    A explicação vai que, em situações de perigo, a decisão de ficar ou correr é a diferença entre a vida e a morte, e portanto não pode ser deixada pro nosso raciocínio ou emoções — ambos lentos demais. Nossos instintos, que são quase instantâneos, comandam nestas horas.

    Por conta disso, é muito difícil mentir com os pés. Se a conversa de alguém te entedia, seus pés vão começar a apontar numa rota de fuga. Se você estiver se sentindo acuado, seus pés vão ficar mais juntos. Se está inquieto, vai começar a mexer os pés. E se achou alguém interessante, provavelmente vai apontar ao menos um dos pés na direção da pessoa.

    Mas, qualquer se seja a razão, o fato é que sapatos vão ter um impacto desproporcional na sua apresentação. Então, o quê acha de investir um pouco mais neles?

  • Investindo nas suas ferramentas

    Investindo nas suas ferramentas

    Estava conversando com um amigo outro dia, sobre investir em ferramentas de trabalho. Falávamos de como, apesar de às vezes ser meio difícil de nos convencer a gastar dinheiro nisso, ferramentas boas pagam a si mesmas rapidamente. Seja pelo tempo economizado ou pelo aumento de renda, você tem um retorno maior do que investiu. Por exemplo: Se você trabalha com computadores, comprar um modelo mais avançado vai te permitir trabalhar mais rápido, economizando seu tempo e aumentando sua produtividade.

    Isso me fez pensar que é uma boa maneira de enxergar a compra de roupas também. É menos óbvio o efeito que elas tem, mas são também ferramentas — de comunicação. E da mesma forma, investir em boas roupas pode economizar seu tempo e melhorar seu rendimento.

    Se você tem um guarda-roupa bem curado, só com roupas que gosta, cabem no seu estilo de vida, e te servem bem, quanto tempo acha que gasta se arrumando de manhã? Contraste com um guarda-roupa comum, cheio de peças aleatórias, muitas que nunca são usadas (mas ficam no caminho), sem nenhuma lógica ou ordem.

    Como um dono do primeiro tipo de guarda-roupa (mas que já teve o segundo), posso te dizer que gasto só alguns segundos de manhã pra me vestir. Eu nem preciso pensar no assunto, é automático.

    O segundo ponto, o aumento de renda, é mais sutil, mas igualmente verdadeiro. Como falei anteriormente, suas roupas afetam a impressão que você tem de si mesmo e sua performance em tarefas. Simplificando: se vestindo bem, você trabalha melhor. A outra questão é que a impressão das outras pessoas sobre você vai melhorar também, o quê vai se traduzir em mais e melhores oportunidades.

    Cito até um exemplo curioso, do guru do marketing Neil Patel. Ele, que detesta comprar roupas e diz que passaria todo dia de camiseta e shorts, fez um experimento pra descobrir o impacto do quê veste na sua renda.

    Resumindo o artigo original: ele investiu bastante dinheiro em roupas — $162.301,42 — e acompanhou os resultados durante 12 meses. No fim do experimento, Neil descobriu que, sem mudar suas práticas de negociação e valores, ou tipos de clientes com os quais lidava — a única variável sendo roupas — conseguiu subir o número de negócios fechados de 25% para 40%. Isso resultou em $692,500 de renda extra, que descontando as roupas, dá um saldo de $530.198,58.

    É claro, este post não é uma desculpa pra sair gastando em um monte de coisas sem pensar (sempre vá com calma). Mas quando você estiver com dó de gastar em algo que sabe que é bom e te serve bem, enxergue como um investimento. Lembre-se que suas roupas melhoram sua qualidade de vida, e possivelmente te trazem bem mais dinheiro do que custam.

  • Jamais alugue roupa social

    Jamais alugue roupa social

    Alguns anos atrás, quando tive a ideia de prestar consultoria, primeiro pensei em auxiliar noivos. Então, uma das primeiras coisas que fiz foi visitar a Rua São Caetano, no centro de São Paulo. O lugar é famoso pelas lojas de roupas para casamento.

    Fui passando de loja de aluguel em loja de aluguel, conferindo os trajes disponíveis e anotando tudo. No fim, fiquei bem decepcionado. Só encontrei roupas com design de mal gosto e quase sempre de tecidos ruins, fossem os costumes ou as tentativas falhas de black tie e white tie.

    Quando terminei o tour da decepção, comparei os valores com o quê alguém gastaria num costume sob medida em certos alfaiates.

    Era quase a mesma coisa.

    Desde então, eu sempre aconselho a todo mundo: jamais alugue roupa social. Compre e ajuste ou mande fazer, vai sair mais ou menos o mesmo valor e vai servir muito melhor. Mais do quê isto, você vai ter esta roupa para usar várias vezes.

    Mas você pode estar se perguntando: “Então qual a razão dessas lojas existirem?” Isso vem do triste hábito de vestir os padrinhos iguais nos casamentos. Um costume que, como o de combinar a gravata com o lenço de bolso, e o de combinar a gravata dos padrinhos, surgiu só pra beneficiar lojistas (às custas do consumidor).

    E igual ao lenço combinando com a gravata, isso é na verdade uma gafe. Se der uma olhada em fotos de casamento, vai notar que todo mundo fica parecendo adolescente em festa de debutante. A única ocasião onde a prática é aceitável é se for um casamento com dresscode semi-formal ou formal, onde todos os homens — não só padrinhos — devem se conformar.

    Mas então como os padrinhos devem se vestir? Com o costume (e gravata) que tiverem. Simples assim.