Alguns anos atrás, quando tive a ideia de prestar consultoria, primeiro pensei em auxiliar noivos. Então, uma das primeiras coisas que fiz foi visitar a Rua São Caetano, no centro de São Paulo. O lugar é famoso pelas lojas de roupas para casamento.
Fui passando de loja de aluguel em loja de aluguel, conferindo os trajes disponíveis e anotando tudo. No fim, fiquei bem decepcionado. Só encontrei roupas com design de mal gosto e quase sempre de tecidos ruins, fossem os costumes ou as tentativas falhas de black tie e white tie.
Quando terminei o tour da decepção, comparei os valores com o quê alguém gastaria num costume sob medida em certos alfaiates.
Era quase a mesma coisa.
Desde então, eu sempre aconselho a todo mundo: jamais alugue roupa social. Compre e ajuste ou mande fazer, vai sair mais ou menos o mesmo valor e vai servir muito melhor. Mais do quê isto, você vai ter esta roupa para usar várias vezes.
Mas você pode estar se perguntando: “Então qual a razão dessas lojas existirem?” Isso vem do triste hábito de vestir os padrinhos iguais nos casamentos. Um costume que, como o de combinar a gravata com o lenço de bolso, e o de combinar a gravata dos padrinhos, surgiu só pra beneficiar lojistas (às custas do consumidor).
E igual ao lenço combinando com a gravata, isso é na verdade uma gafe. Se der uma olhada em fotos de casamento, vai notar que todo mundo fica parecendo adolescente em festa de debutante. A única ocasião onde a prática é aceitável é se for um casamento com dresscode semi-formal ou formal, onde todos os homens — não só padrinhos — devem se conformar.
Mas então como os padrinhos devem se vestir? Com o costume (e gravata) que tiverem. Simples assim.