Preconceito indumentário

Sabe que durante muito anos eu não gostava de camisas polo? Elas se tornaram peças do uniforme de alguns grupos quando eu era adolescente. Eu sempre fui muito individualista e não queria de jeito nenhum pertencer a nada. Nisso acabei desenvolvendo esse preconceito com a peça.

Isso durou anos. Até que, um dia, peguei pra assistir o primeiro filme do James Bond: Dr. No.

Pra quem não viu, ele é diferente do resto, meio que um protótipo do resto da franquia. Mas o figurino é ótimo logo de cara: na sua primeira cena, Sean Connery veste um conjunto black tie com gola xale e punhos virados, falando sua (agora clássica) introdução “Bond. James Bond“.

Mais pra frente, tem este trecho da foto, em que ele está numa praia tropical vestindo uma camisa polo e calça chino.

“Hm…”, pensei comigo. “Sabe que até é um visual bem legal?”.

E num instante, morreu meu preconceito com a peça. Eventualmente eu comprei algumas, e percebi que ficava melhor nelas do que em camisetas — a gola ajuda a disfarçar meu pescoço longo. Elas acabaram se tornando a malha padrão no meu guarda-roupa, pra quando estou sossegado em casa ou em alguma situação casual (mas ainda prefiro camisas).

Todos nós temos alguns preconceitos assim com roupas. Por essas é importante sempre expandir suas referências.

Não gosta de calça com pregas? Por quê? Já experimentou uma? E talvez uma jaqueta de veludo funcione bem pra você. Ou uma camisa henley? Já viu umas fotos de gente usando bem? Tem também aquela cor que nunca usou antes…

Se você nunca questionar, vai perder algumas ótimas opções. Saia (um pouco) da zona de conforto e expanda seu vocabulário.