Quem te compra?

Muita gente hoje em dia fala de branding pessoal, ou marketing pessoal. Falam tanto disso que estes se tornaram chavões pros quais é fácil torcer o nariz (veja também: sinergia, proatividade, e o meu “favorito”, valor agregado). Um monte de gente usa palavras como estas pra parecer importante, ou entendido do assunto, e aí muitos de nós acabam pegando asco dos termos.

Porém…

Essas expressões — marketing ou branding pessoal — apontam pra uma maneira interessante de enxergar sua imagem: como uma forma de marketing. E minha definição favorita de marketing é a do livro The 1-Page Marketing Plan:

Marketing é a estratégia que você usa para fazer seu mercado alvo ideal te conhecer, gostar de você e confiar em você o bastante para ser um cliente.

Allan Dib

Todo dia, quando você lida com os outros, você está se vendendo. Você está convencendo (ou ao menos tentando) as pessoas a sua volta a trocar com você o bem mais precioso delas: tempo de vida. Uma vez gasto, este nunca mais volta. Todo o resto dá pra conseguir mais, mas este segundo que acabou de passar… Ele se foi pra sempre.

Então, enxergando desta forma, o quê podemos aprender de marketing para melhorar nossa imagem? Uma das lições essenciais de marketing é que: o importante é o quê o cliente gosta e quer ou precisa, não o quê você gosta e quer ou precisa.

Num exemplo prático, me diga quem tem mais chances de atrair alguém romanticamente:

  1. Um sujeito que na hora de se vestir escolhe o quê ele acha atraente.
  2. Um sujeito que na hora de se vestir escolhe o quê outros acham atraente.

A resposta é obviamente a opção 2.

É claro, isto não significa ignorar seu próprio gosto. O melhor marketeiro do mundo não consegue vender um produto ou serviço no qual não acredita. Você tem que vender pra si primeiro pra depois vender pros outros. Mas não podemos esquecer que quem vai mais nos ver são estas outras pessoas, então isso tem um peso grande.

E instintivamente, sabemos disto. Todo mundo já se arrumou pruma entrevista de emprego em algum momento, e quando você fez isto, estava buscando impressionar quem podia te contratar.
Assim como todo mundo já se arrumou pra sair de noite pro bar/balada/festa, pensando em impressionar prospectos românticos/sexuais. Etc.

Então pense: Quem são os clientes que você quer atrair? O quê eles querem comprar? Como eles se comunicam? Seu produto condiz com isto?

Isso é marketing inteligente: é empatia prática. Provendo do quê o cliente quer, você consegue o quê você quer em troca. E assim, todo mundo sai ganhando.