Outro dia, um amigo meu compartilhou comigo uma foto da qual estava rindo. Era a foto de um bar, onde tinha um grupo de homens vestidos todos exatamente da mesma forma: shorts, camisa polo, algum “sapatênis” (acompanhado obviamente de meias brancas) e o mesmo modelo de óculos escuros.
Nisso entramos numa conversa sobre o estado do estilo dos homens brasileiros, e eu expliquei pra ele que isso é o resultado de cegos guiando outros cegos.
Acontece assim: o sujeito decide que quer se vestir melhor. Mas ele não sabe por onde começar, então das duas uma:
- Ou ele comete o erro de perguntar para mulheres (“Afinal, eu quero atrair mulheres, então elas vão saber me dizer como fazer isso… Certo?“);
- Ou comete o erro de perguntar pros seus amigos… Sem se ligar que estes entendem tanto quanto ele mesmo.
Eu até usei de exemplo um grupo de discussão, que eu de vez em quando dou uma conferida, e o grande problema lá que acaba gerando cenas como esta da foto…
Sempre tem algum camarada postando sua foto com o look e perguntando pro grupo “O quê acham?”. Os comentários que seguem são todos variantes de “Top!”, “Brabo!”, “Monstro!”, ou até um “Gostei muito!” (quando tem alguém se sentindo particularmente eloquente). E quem comenta, invariavelmente é um sujeito que entende tão pouco do assunto quanto o primeiro — como suas próprias fotos mostram. E assim fica todo mundo confortável nessa massagem de ego mútua, sem nunca evoluir.
Então pense: se você quiser aprender a tocar violão, ou a trabalhar com marcenaria, ou a cozinhar, ou o quê for, você vai:
a) Perguntar pro seu amigo que também não sabe, ou…
b) Vai procurar um entendido no assunto para ser seu professor?
Então por quê fazer diferente com sua imagem?
¹ Sapatênis é só um nome dado pra tênis feios. Aquilo é tão sapato quanto uma camisa de mangas curtas é “social”.