Semana passada eu comentei de como homens sempre se importaram com a própria aparência, e toquei no assunto de que, apesar do quê dizem, forma nem sempre segue função nas roupas masculinas. Isso é mais uma questão de “contrastando com roupas femininas, roupas masculinas são funcionais“. Mas olhando bem, tem muita coisa no nosso guarda-roupas que não tem nenhuma razão prática, como:
- Gravatas (obviamente);
- Lenços de bolso (na maior parte das vezes; alguém pode decidir usar pra limpar o suor — ou pior);
- Relógios, numa era em que todo mundo anda com celular (se for de bolso então…);
- Vários acessórios, como colares, pulseiras, anéis, etc.
E além de peças individuais, tem detalhes e escolhas que fazemos que não são nada práticas. Usar sapatos com sola de couro em algum lugar onde chove com frequência (e ter que carregar galochas por isso), fazer questão de camisas costuradas à mão (sendo que uma máquina poderia ter feito o mesmo trabalho), escolher um forro detalhado e bonito pro seu casaco (sendo que só você vai vê-lo), gravatas de luxo feitas exclusivamente de tecido e sem nenhum enchimento (as chamadas 7 dobras), e por aí vai.
E mesmo assim fazemos esse tipo de coisa, né? Por quê?
É algo normal em qualquer hobby masculino: curtir carros antigos pela artisticidade da coisa, pela dedicação de quem fez e pelas formas clássicas. Pegamos gosto pela arte da coisa, pela dedicação e perícia de quem fez. Dá pra explicar de várias formas, mas no fim do dia, é um certo romanticismo.
A ideia de decidir usar algo que você sabe que não tem utilidade, especialmente se como no caso do forro ou da camisa costurada à mão, que ninguém vai realmente saber, só você. É um prazer de se vestir bem e de cuidar de si mesmo. O prazer de usar algo que foi feito com dedicação, com detalhes especiais
E não tem nada de errado nisso.