Author: vinicius.b.gennari

  • Roupa para a ocasião

    Roupa para a ocasião

    Sempre falo aqui a respeito de intenção na hora de montar um guarda-roupas, que é algo que funciona pruma série de coisas, como reduzir o volume de roupas que você tem, construir uma imagem que te trás mais vantagens na vida, entre outras. E uma boa ideia pra você ter esse guarda-roupas intencional é o conceito de uniforme pessoal, sobre o qual já falei antes. Mas podemos expandir isso, tendo uniformes diferentes para cada ocasião diferente.

    Isso significa que você analisa seu cotidiano e algumas poucas ocasiões especiais e se pergunta: qual é a melhor forma de eu me vestir aqui? Exemplos:

    Tendo cada uma destas respostas, você cria um “look” pra cada ocasião. Aí é só conferir o guarda-roupa e ver o quê você já tem, depois conseguir o quê falta, e se for uma ocasião muito rotineira (trabalho por exemplo), ter uma quantidade pra te durar algo como uma semana (ou o quanto você estiver disposto e tiver tempo de lavar suas roupas).

    Pronto, sem mais perder tempo na hora de se vestir.

  • “Pequenos guarda-roupas, grandes personalidades”

    “Pequenos guarda-roupas, grandes personalidades”

    Esbarrei com essa frase outro dia e achei interessante. É a tagline de uma marca dinamarquesa de roupas masculinas, que busca um design atemporal, e obviamente, tem uma pegada minimalista.

    Quando a gente tem em mente que nossa imagem é uma forma de comunicação, esse tipo de ideia começa a fazer muito sentido. Afinal, se você tem um guarda-roupa gigante, você corre o risco de se tornar o equivalente indumentário da pessoa que “fala demais por não ter nada a dizer”, né?

    Isso significa que você não pode ter muitas roupas então? Não exatamente. O problema surge quando você chega numa situação comum a maioria das pessoas, que tem um armário entulhado de coisas que não usa nunca. Mas é mais uma questão de intenção e consciência: tem algumas pessoas que tem bastante roupas e realmente usam tudo o quê tem — geralmente pessoas que trabalham na área da moda e indumentária, ou aficionados pelo assunto. E inevitavelmente são pessoas que foram lentamente e conscientemente construindo o guarda-roupas atual.

    Então, ao invés de ficar com muito blábláblá, que tal falar menos e dizer mais?

  • Internet e influências estrangeiras

    Internet e influências estrangeiras

    Algo que muitas vezes eu acabo explicando pros homens que me pedem ajuda em melhorar a imagem deles, e que acho que é um ponto importante de lembrarmos, é que as coisas já foram bem piores no Brasil.

    Há uns 13 anos atrás, quando eu realmente comecei a me importar com moda, roupas e estilo, coisas relativamente simples como conseguir um par de sapatos decentes era algo muito difícil — além de caro. Eu lembro do quanto eu tinha que procurar e caçar pra achar um suspensório de botões, ou o fato que eu comecei a fazer gravatas borboleta porque simplesmente não achava nada aqui além daquelas tranqueiras de nó pronto (sério, não use aquilo).

    Mas graças em grande parte à internet, muita gente (eu inclusive) ganhou acesso cada vez maior ao que rolava lá fora, e nisso um ponto de referência de como as coisas poderiam ser melhores. Lentamente o público masculino foi ficando mais educado no assunto e isso criou uma oportunidade a novas marcas, muitas que começaram a vender online — a internet fazendo novamente um papel muito importante aqui.

    Hoje em dia, é comum sujeitos me procurarem, e quando vão mostrar influências e referências do quê querem, geralmente são perfis estrangeiros do Instagram ou vídeos gringos no YouTube. E eu mesmo, quando vou recomendar algo (além deste blog aqui), sempre acabo recomendando material de fora.

    Pode parecer um pouco triste que o homem brasileiro ainda tem que olhar pra fora pra conseguir informação de qualidade,. Mas ao mesmo tempo, o fato que os homens no dia a dia tem o acesso e a noção de buscar algo melhor é um sinal de que a situação está melhorando. E podemos ser otimistas e pensar que mais marcas interessantes vão surgir nessa onda.

  • Relíquias indumentárias: Camisa popover

    Relíquias indumentárias: Camisa popover

    Falando aqui de um modelo que muitas vezes é confundido com outras peças (polos ou camisas de rúgbi, no caso), mas que é uma alternativa muito interessante: a camisa popover.

    O quê é?

    Uma camisa popover é como uma camisa comum feita de tecido (e não malha), mas com uma diferença crucial: a vista dela não vai até a barra. Por conta dessa questão de design, você tem que vesti-la por cima da cabeça (por isso “pop over”). Nisso ela se assemelha a uma camisa de rúgbi (quando tem mangas longas) ou a uma polo (quando tem mangas curtas).

    Testada e aprovada por Gianni Agnelli

    Por quê usar?

    Bem simples: conforto e classe.

    Uma camisa popover é um pouco mais confortável que uma camisa comum, se assemelhando às camisas de rúgbi e polos nisso. O fato da vista dela ser só até o seu osso externo¹ faz com que ela seja mais agradável de usar, você sente realmente o tecido no resto do torso. Ela costuma ter uma modelagem mais “relaxada”², pra você conseguir passar os ombros na hora de vestir.

    CREATOR: gd-jpeg v1.0 (using IJG JPEG v62), quality = 90

    A classe vem do fato de que a imagem que ela gera é mais elegante que uma polo ou uma camisa de rúgbi, pois é de tecido plano ao invés de malha. E também pelo fato de não ser de malha, as golas delas nunca são de ribana, novamente dando um ar mais sério e arrumado pra peça.

    ¹ Geralmente, mas alguns modelos tem a vista até um pouco mais embaixo.
    ² Como em relaxamento, não em desleixo, né?

    Como usar?

    Popovers costumam ser camisas pro calor, então o tecido usado geralmente é de algodão ou linho (algumas vezes até viscose) e mais fino que uma camisa social. Por essas é fácil combiná-las com algo como calças de linho ou de anarruga. Algumas desta variedade mais veraneia são até de mangas curtas, o quê abre a possibilidade de usá-las com shorts.

    Algumas porém, são feitas com tecido de camisa social (como a da foto do post), e podem substituir uma em qualquer situação que não exija uma gravata, só combinar com uma calça de alfaiataria — e talvez um casaco.

    Quando for comprar alguma camisa nova, que tal considerar esta opção?

  • Talvez não seja pra você

    Talvez não seja pra você

    Outro dia eu tava acompanhando uma conversa de dois camaradas sobre calças. Ambos caras com pernas finas e quadril fino e acostumados a usar calças “skinny” (ou “slim”, ou como cada marca decidir chamar), mas agora que a moda completou o círculo e foi de roupas justas a roupas largas, o primeiro sujeito estava questionando sobre como usar as novas calças “da moda”.

    “Eu realmente quero começar a usar jeans inspirado em workwear, mas acho desconfortável o jeito que fica largão em mim. Mesmo estilos que dão uma afunilada nas pernas. Algum conselho em como vestir isso com confiança?”

    Nisso o segundo levantou um ponto importante:

    “Sinceramente, talvez essa moda simplesmente não seja pra você.”

    É algo importante de lembrar, porque “está na moda” é muitas vezes uma armadilha. Como já comentei antes, se algo está na moda ou não é uma consideração menor do quê se algo te cai bem e se algo é uma boa ideia (e a história da moda tá cheia de ideias ridículas, convenhamos).
    Então é bom ter em mente que às vezes — na verdade muitas vezes — vai ter alguma nova moda que talvez não seja pra você. Seja porque não cai bem no seu corpo, seja porque não cabe no seu estilo de vida, ou simplesmente porque não é do seu gosto.

    E tá tudo bem. Você não precisa viver “na moda”.