Category: Compras

  • Ferramenta certa para o trabalho

    Ferramenta certa para o trabalho

    Comentei aqui recentemente sobre pensar nas roupas como ferramentas. Quando você compra, está investindo na sua performance (social, profissional, afetiva).

    Um detalhe importante a pensar, porém, é na adequação delas. Como dizem: a ferramenta certa pra cada trabalho. Ou, o clichê “se vestir bem é se vestir para a ocasião”. E a sua vida, quem você é, definem as ocasiões com as quais vai se deparar. E é importante falar isto, porque muita gente tem a ideia equivocada de que se vestir bem é usar terno e gravata.

    Sem dúvida, roupas de alfaiataria são as ferramentas mais eficientes pra maior parte da vida urbana. Então este post não é uma desculpa pra continuar usando shorts e camiseta de time (deixe pra quando estiver jogando bola), ou só usar jeans e camiseta (e ser um clone, igual 90% da população).

    Mas é essencial notar que as situações comuns da sua vida são o fator principal na hora de construir — e manter — seu guarda-roupa, até mais do quê seu gosto pessoal.

    Por exemplo: Alguém que se encontra frequentemente em frente a um juiz (espero que não no banco do réu) provavelmente vai se beneficiar em ter uma variedade de costumes, camisas e gravatas. Mas se esse camarada sempre viaja à praia, esta é outra situação pra qual ele deve estar bem preparado.

    Já um outro sujeito que desempenha um trabalho braçal provavelmente vai se beneficiar de jeans e jaquetas mais resistentes, e uma série de camisas ou camisetas. Mas se no fim de semana frequenta a igreja, é bom ter umas roupas de alfaiataria decentes pra esta ocasião corriqueira.

    Então se pergunte: Onde passo meu tempo? Quais são os ambientes e situações comuns na minha vida? E qual é a melhor maneira de se vestir em cada uma destas?

  • Investindo nas suas ferramentas

    Investindo nas suas ferramentas

    Estava conversando com um amigo outro dia, sobre investir em ferramentas de trabalho. Falávamos de como, apesar de às vezes ser meio difícil de nos convencer a gastar dinheiro nisso, ferramentas boas pagam a si mesmas rapidamente. Seja pelo tempo economizado ou pelo aumento de renda, você tem um retorno maior do que investiu. Por exemplo: Se você trabalha com computadores, comprar um modelo mais avançado vai te permitir trabalhar mais rápido, economizando seu tempo e aumentando sua produtividade.

    Isso me fez pensar que é uma boa maneira de enxergar a compra de roupas também. É menos óbvio o efeito que elas tem, mas são também ferramentas — de comunicação. E da mesma forma, investir em boas roupas pode economizar seu tempo e melhorar seu rendimento.

    Se você tem um guarda-roupa bem curado, só com roupas que gosta, cabem no seu estilo de vida, e te servem bem, quanto tempo acha que gasta se arrumando de manhã? Contraste com um guarda-roupa comum, cheio de peças aleatórias, muitas que nunca são usadas (mas ficam no caminho), sem nenhuma lógica ou ordem.

    Como um dono do primeiro tipo de guarda-roupa (mas que já teve o segundo), posso te dizer que gasto só alguns segundos de manhã pra me vestir. Eu nem preciso pensar no assunto, é automático.

    O segundo ponto, o aumento de renda, é mais sutil, mas igualmente verdadeiro. Como falei anteriormente, suas roupas afetam a impressão que você tem de si mesmo e sua performance em tarefas. Simplificando: se vestindo bem, você trabalha melhor. A outra questão é que a impressão das outras pessoas sobre você vai melhorar também, o quê vai se traduzir em mais e melhores oportunidades.

    Cito até um exemplo curioso, do guru do marketing Neil Patel. Ele, que detesta comprar roupas e diz que passaria todo dia de camiseta e shorts, fez um experimento pra descobrir o impacto do quê veste na sua renda.

    Resumindo o artigo original: ele investiu bastante dinheiro em roupas — $162.301,42 — e acompanhou os resultados durante 12 meses. No fim do experimento, Neil descobriu que, sem mudar suas práticas de negociação e valores, ou tipos de clientes com os quais lidava — a única variável sendo roupas — conseguiu subir o número de negócios fechados de 25% para 40%. Isso resultou em $692,500 de renda extra, que descontando as roupas, dá um saldo de $530.198,58.

    É claro, este post não é uma desculpa pra sair gastando em um monte de coisas sem pensar (sempre vá com calma). Mas quando você estiver com dó de gastar em algo que sabe que é bom e te serve bem, enxergue como um investimento. Lembre-se que suas roupas melhoram sua qualidade de vida, e possivelmente te trazem bem mais dinheiro do que custam.

  • Jamais alugue roupa social

    Jamais alugue roupa social

    Alguns anos atrás, quando tive a ideia de prestar consultoria, primeiro pensei em auxiliar noivos. Então, uma das primeiras coisas que fiz foi visitar a Rua São Caetano, no centro de São Paulo. O lugar é famoso pelas lojas de roupas para casamento.

    Fui passando de loja de aluguel em loja de aluguel, conferindo os trajes disponíveis e anotando tudo. No fim, fiquei bem decepcionado. Só encontrei roupas com design de mal gosto e quase sempre de tecidos ruins, fossem os costumes ou as tentativas falhas de black tie e white tie.

    Quando terminei o tour da decepção, comparei os valores com o quê alguém gastaria num costume sob medida em certos alfaiates.

    Era quase a mesma coisa.

    Desde então, eu sempre aconselho a todo mundo: jamais alugue roupa social. Compre e ajuste ou mande fazer, vai sair mais ou menos o mesmo valor e vai servir muito melhor. Mais do quê isto, você vai ter esta roupa para usar várias vezes.

    Mas você pode estar se perguntando: “Então qual a razão dessas lojas existirem?” Isso vem do triste hábito de vestir os padrinhos iguais nos casamentos. Um costume que, como o de combinar a gravata com o lenço de bolso, e o de combinar a gravata dos padrinhos, surgiu só pra beneficiar lojistas (às custas do consumidor).

    E igual ao lenço combinando com a gravata, isso é na verdade uma gafe. Se der uma olhada em fotos de casamento, vai notar que todo mundo fica parecendo adolescente em festa de debutante. A única ocasião onde a prática é aceitável é se for um casamento com dresscode semi-formal ou formal, onde todos os homens — não só padrinhos — devem se conformar.

    Mas então como os padrinhos devem se vestir? Com o costume (e gravata) que tiverem. Simples assim.

  • O mito do makeover

    O mito do makeover

    Existe esse mito, que acredito ter se propagado graças a filmes e programas de TV: Um “expert” vai reformular a imagem do protagonista, e o primeiro passo é jogar tudo do guarda-roupa no lixo. Em casos mais cômicos, até fazem uma fogueira. Isso acabou associado ao processo de consultoria de imagem, levando muita gente a crer que vai ter que jogar tudo fora se buscarem o serviço. Compreensivelmente, isso deixa o sujeito um pouco com o pé atrás.

    Talvez exista algum consultor faça isso. Nunca vi, mas é possível. O quê pratico e vejo colegas praticarem, porém, não condiz. No que diz respeito a renovar o guarda-roupa, acho que a melhor atitude é a seguinte:

    “Faça o quê pode, com o quê tem, bem onde está”.

    Esta frase, geralmente atribuída a Theodore Roosevelt (que era um cara impressionante, pelas histórias), soa bem lógica, né?

    Afinal, o trabalho do consultor envolve, entre outras coisas, ver o quê você já possui de útil. Assim economizo seu dinheiro, tanto nas compras quanto na sua evolução depois — uma hora a consultoria termina e o cliente tem que ser independente, ou o consultor falhou.

    Manter algumas peças também te ajuda a se acostumar com sua nova imagem. Se trocar tudo completamente de um dia pro outro, provavelmente vai sentir um desconforto enorme.

    Agora, isso não é desculpa pra não mudar, pra se manter apegado a coisas que não tem mais utilidade (ou que nunca tiveram). Mas é sempre bom temperar nossas ideias e atitudes, pra evitar ir completamente para qualquer extremo.

  • A armadilha dos descontos

    A armadilha dos descontos

    Acho que todos já passamos pela situação: você está passeando pelo shopping ou alguma rua de comércio, quando vê que uma loja está em promoção. Resolve dar uma olhada na vitrine, e bem, tem algumas coisas até interessantes. Entra na loja, o vendedor te atende daquele jeito meio simpático meio desesperado que a maior parte deles parece ter. Você prova algumas roupas e… Tem alguma coisa um pouco errada.

    Talvez não tenham te servido tão bem quanto pensou, algo além do quê um ajuste arrumaria, ou as cores não ficaram legais em você, ou nesse meio tempo sua consciência acordou e começou a te dizer “cara, você não precisa de mais uma camisa xadrez, nem usa as que já tem”. Seja o quê for, você percebeu que é melhor não comprar.

    Mas aí…

    O vendedor te lembra que a loja inteira está em promoção, e justamente a peça que você escolheu está mais barata que todo o resto! E se levar mais essa e essa outra, ele te dá um desconto…

    No fim você deixa um dinheiro na loja e sai com umas roupas que não tem certeza se vai usar (não vai não). No dia seguinte já acorda arrependido, ou talvez o arrependimento bata uma semana depois (pra alguns precisa chegar a fatura do cartão pra finalmente cair a ficha).

    Você caiu na armadilha do desconto.

    Não me leve a mal, descontos são uma coisa boa de se aproveitar, mas eles são muito perigosos pra sua conta bancária e sua paz de espírito. Não só você muitas vezes gasta dinheiro a toa, o pior é que agora arranjou mais roupa pra entulhar seu armário e ficar no seu caminho durante possivelmente anos.

    Mas como resolver isto?

    Existem duas práticas que aprendi. A primeira, e mais simples, é se perguntar: “Se esta roupa estivesse no preço normal, eu compraria?”. Se a resposta for ou “não” ou “sim”, não compre. Precisa ser um “sem dúvida!”.

    A outra prática é a seguinte: seja educado com o vendedor, mas diga que precisa pensar. Ele vai insistir, e provavelmente fazer uma oferta melhor ainda, mas você resiste a tentação e recusa novamente. Depois, espere uma semana. Se ainda estiver muito com vontade de comprar aquela roupa, se pensou em situações pra usar e combinações com o resto do guarda-roupa, é um bom sinal.

    É claro, se notar que mesmo com essas práticas está fazendo compras das quais se arrepende, a solução pode ser criar uma regra pessoal de jamais comprar em promoções.