Tem uma história muito legal no livro I Am Dandy, que estava relendo outro dia. O autor Nathaniel Adams reconta de quando ele estava na faculdade de jornalismo, e um belo dia, ele e os colegas foram escutar uma palestra do lendário repórter e escritor Gay Talese.
Como era de se esperar, a maioria da turma esta vestida como a maioria das pessoas se vestem numa faculdade americana hoje em dia: variantes de jeans e camiseta, ou calça de corrida e camiseta, ou chinos e uma camisa casual, etc.. Exceto pelo autor, que usava um costume e gravata. Durante a palestra, o Sr. Talese disse:
“Vocês tem que se vestir pro emprego, não se vestir como se precisassem de um emprego.”
Nisso ele apontou pro autor e completou:
Ele entende!
Anos mais tarde, Nathaniel Adams saiu entrevistando homens elegantes pro seu livro, e na lista estava Gay Talese, que ele não via mais desde aquela palestra.
Durante a entrevista, o autor relembrou desta história, e comentou que tinha sido uma grande influência para o rumo que ele seguiu eventualmente.
Eis que ele descobriu, pra sua surpresa, o Sr. Talese nunca tinha esquecido daquele dia também.
Executando mudança
Síndrome do impostor de lado, a realidade é que adotar uma imagem diferente é uma maneira de fazer mudanças acontecerem na nossa vida. Tem até a cena clichê de filmes e séries em que um personagem decide mudar radicalmente e pra simbolizar isso vai e corta o cabelo (geralmente é uma mulher com cabelo comprido, que torna a coisa mais impactante). E essa cena é tão comum por uma boa razão:
O nosso inconsciente vai ter que se ajustar à nova autoimagem e desta forma mudar também. Como falei no artigo sobre cognição indumentária, você pode melhorar sua performance só trocando de roupas. Mas aquele estudo falava sobre o efeito imediato e agora: pense a longo prazo.
E todos nós buscamos melhora nos diferentes aspectos de nossas vidas, um dos principais sendo o profissional. Então por quê não se vestir um pouco melhor? Você tem muito mais a perder se fizer o contrário.
Ou, como diz o ditado:
Vista-se para o emprego que quer, não para o que você tem.