Algo que me perguntam com frequência é “posso…?“. Seja “posso usar X com Y?”, ou “posso usar Z com a minha altura/meu corpo?”, ou “posso usar A no evento B?”, eu escuto essa pergunta com frequência. E eu entendo o lado de quem tá perguntando, mas vou dizer que é a pergunta errada de fazer.
No fundo, todos nós sabemos que a resposta à pergunta “posso…?” é quase sempre “sim!“. Não vai surgir uma polícia da moda e te prender por conta das suas roupas. Tirando algo extremo, como sair de sunga no meio da cidade, não tem muita coisa que você não pode no quê diz respeito à se vestir (e mesmo neste exemplo, existe o Carnaval…).
Por essas que sempre aconselho todo mundo a deixar de pensar em termos de “posso ou não”. Mas se meu conselho fosse “se veste do jeito que quiser, vai dar tudo certo cara!”, isso também não ajudaria — nós dois sabemos que isso não é verdade. Vai numa entrevista de emprego numa calça de moletom velha, camiseta regata e chinelo, e depois me conta como foi.
Então, só porque você pode, não significa que você deve — consequências existem. Isso tá bem claro. Então, o quê ofereço aqui uma ideia muito mais útil que o “posso ou não”:
Ajuda ou atrapalha?
Quando você pensa se ajuda ou atrapalha, você chega no cerne da questão: suas roupas e sua imagem são um meio para um fim. São ferramentas que você usa para atingir certos objetivos — objetivos sociais, profissionais, românticos ou pessoais.
Isso é uma consideração muito importante, porque não existe nenhuma roupa que ajuda em toda situação. Por mais que eu adore alfaiataria, não vai funcionar na praia, ou jogando futebol. Por mais que você se sinta confortável de shorts, num casamento é uma ideia péssima e falta de respeito com todos os presentes. E por aí vai.
E fazer a pergunta “ajuda ou atrapalha?” também te leva a questionar: Qual é o seu objetivo? O quê espera de bom nesse contexto? O quê quer evitar de ruim?
Você pode muita coisa. Mas nem todas vão te ajudar.